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Ba

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Palavra egípcia intraduzível que se refere a um dos aspectos da pessoa humana ou divina. Ao contrário do que muitas outras culturas acreditaram ou acreditam, os Egípcios nao concebiam a pessoa como um ser composto por um corpo e uma alma que juntos constituiam a totalidade da pessoa, cada um dos elementos representando uma parte separada da pessoa. De acordo com os textos egípcios, o 'Ba'também tinha necessidades corporais, o que nao corresponde ao nosso conceito de 'alma'. Os Egípcios pensavam que a totalidade da pessoa, tomada por diferentes pontos de vista, podia ser referida por diferentes palavras. Assim como o 'Ka' era a força vital e sexual, e o nome era a manifestaçao física e visível da pessoa nomeada, o 'Ba' era concebido como um aspecto nao físico da personalidade que se podia mover livremente. O desejo de liberdade de movimentos aparece com regularidade nos textos funerários. Era o 'Ba' que permitia ao defunto poder sair do túmulo, por exemplo, para adorar o sol nascente, descansar à sombra de uma árvore, ou beber água da corrente. Entendia-se que as aves exprimiam muito bem essa desejável liberdade de movimentos, e por isso certas aves muito velozes, como as andorinhas, foram vistas como a personificaçao do 'Ba. 'Também as aves migratórias, que periodicamente atravessavam a fronteira entre o Egipto (o mundo criado) e as regioes periféricas (o mundo nao criado), personificavam o 'Ba'. Um texto num templo de Abidos relata que as aves migratórias fora do mundo criado tinham corpo de ave e cabeça humana, e assim que voavam pela luz do sol, ou seja, quando entravam no mundo criado, transformavam-se em aves verdadeiras. De facto, o 'Ba 'é habitualmente representado como uma ave com cabeça humana (e por vezes com braços humanos). O 'Ba 'podia assumir qualquer forma que desejasse. Os textos funerários oferecem-nos muitos exemplos com fórmulas que permitem ao defunto transformar-se ele mesmo naquilo que desejar ser.