Faiança é uma matéria-prima utilizada na manufactura de vários objectos, incluindo uma grande quantidade de estatuetas funerárias e amuletos da Época Baixa. Este material detinha acima de tudo um grande valor simbólico, era visto como uma manifestaçao da luz, e a palavra egípcia para faiança, 'tjehenet', significava 'aquilo que brilha'. A faiança entrava para os fornos baça e sem côr mas saía brilhante e com cores vivas. Os egípcios associavam este processo à ressurreiçao do sol do mundo dos mortos e à luz que era tao necessária ao morto no seu túmulo. A cor verde vivo estava também associada à regeneraçao. Deste modo é fácil perceber porque eram dados aos mortos tanto objectos em faiança. Por exemplo, nas câmaras por baixo da Pirâmide dos Degraus de Djoser em Sakara e no túmulo, construído mais a sul desta, pertencente ao mesmo complexo foram encontradas centenas de azulejos em faiança dispostos de modo a que, presumivelmente, representassem os pântanos de juncos. Foram encontrados objectos em faiança, principalmente contas, azulejos e pequenos objectos votivos, dos períodos Pré-Dinástico e Arcaico (I e II dinastias), e continuaram a ser produzidos durante muitos séculos, sendo a maioria do Império Novo e especialmente da época Baixa. A faiança é constituída por mais de 90% de sílica, que pode ser encontrada na areia ou em quartzito esmagada. Era entao adicionado um álcali, tal como o natrao, e ainda cal e um agente colorador, normalmente cobre esmagado. Este dá à faiança a sua típica cor azul esverdeada. Adicionava-se água para que se formasse uma pasta moldável à mao ou através de um molde. Antes de o objecto ir ao forno, podia ser decorado com tinta preta ou com desenhos cravados, e podia-se ainda usar incrustaçoes de faiança de outra cor.